sábado, 21 de maio de 2011

Ensaio do Professor Rei


Tenho viajado semanalmente de São Paulo para Belo Horizonte, às vezes para Salvador, Joinville e Brasília. Nas últimas semanas tenho observado melhor o movimentos, especialmente nos aeroportos. Chego em Guarulhos por volta de 5h da manhã. São filas de táxis, filas para check-in, filas para se tomar um café (tem dia que eu desisto), filas e aglomerados de gente nas salas de embarque. Voos lotados. O mesmo se repete no desembarque no destino final da viagem. Mal o avião para já tem gente que vem do fundo da aeronave e se posta lá na frente. Depois, as mesmas filas (em BH tem a fila do banheiro também).

Daí eu tenho pensado: prá que tudo isso? Por que? Será mesmo preciso esse movimento todo? E essa pressa?

Será que não podemos fazer as mesmas coisas, obter os mesmo resultados ou até melhores fazendo as coisas com mais calma, mais “devagar”? Prá que essa competição desenfreada? Isso está nos levando aonde?

A pressa parece que ficou decretada pela internet e pelos processadores cada vez mais rápidos de que dispomos. É incrível como a gente não tem paciência de esperar poucos segundos para acessar uma informação (e criticamos o sistema que está lento). Aí obtemos a informação e fazemos o que com ela? Que decisão tomamos? O que ela acrescenta?

Em meio a essa confusão toda, em que melhoramos como pessoas?

Tudo parece ter como pano de fundo a competição. Odeio esses programas de televisão, principalmente entre candidatos a chefes de cozinha, em que tudo tem que ser feito rápido senão o pobre coitado será eliminado. Precisa mesmo disso tudo?

Parece que o foco da sociedade é o resultado e não o resultado através de pessoas felizes e saudáveis.

Tudo é “fast”, mesmo com alguns equívocos... Por exemplo, a “fast food” não é uma comida rápida. É um comer rápido, já que a comida, até nos ser apresentada pronta, percorre um longo caminho, às vezes atravessa continentes... Precisamos ou devemos mesmo comer tão rápido?

E o “ fast” também vira um padrão de comportamento, de reconhecimento. As pessoas querem aparentar serem muito rápidas em tudo para terem diferenciação, para estarem integradas... mas e os resultados? E as pessoas? E a felicidade? Afinal, para que nós vivemos?

Isso é só um desabafo... Vamos pelo menos tentar ser felizes.
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Reinaldo Moreira foi meu professor de Logística na FIB (Estácio de Sá), um dos professores que mais me ajudaram a entender que aprender era algo fácil.

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