terça-feira, 4 de setembro de 2012

A MÁQUINA E O HOMO-SAPÍENS’ por Maria José Camelier

Mecanismos, ferragens,
botões se movimentam
luzes se acendem
E a máquina devora tudo
e o homem fica mudo
querendo ajoelhar-se naquele pedestal de aço...

A máquina é isso aí que vejo
Será que satisfiz o meu desejo
vendo a homem com os dedos
Dizer que do cálculo não tem medo
Porque a sua inteligência
Já sabe o que quer...

Sua mente é infinita
cada vez evoluindo...

Mas não sente que o progresso
diminui a sua força de em Deus acreditar
Tornando-o materialista
Muitas vezes fatalista
Não tendo jeito pra dar...

Os botões são pressionados
Tudo ali é programado
É tudo muito bem feito
era que a máquina ou o homem
É símbolo de perfeição...

O homem está evoluindo
mas esquece que está diminuindo
Diante da miséria que passa os seus irmãos
Será que a máquina lhe ensina
A mudar a triste sina
De quem está virando lixo?...
A máquina dá jeito nisso?...

4..3...2...1... gravando... perfeição
E você, homo-sapiens
Encontrou a solução...

(Maria José Camelier, in livro de Poesias Pétalas Vermelhas, 1997)

Na década de 70, quando professora em um colégio público, consegui levar cerca de 40 alunos para um centro de Informática (Prodeb) e lá fomos informados da existência do primeiro computador em Washington (enorme) e os outros que iam surgindo bem menores em tamanho porém aumentando mais as informações. Como mensagem, lá deixei um poema que mais tarde foi musicado por um aluno e 1º lugar em concurso litero-musical. Deixo aqui como ilustração ao trabalho :
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Maria José Camelier é minha tia, professora da língua portuguesa e me ensinou a escrever direito. Tem alguns livros publicados. Esse é o primeiro poema de muitos que ainda serão publicados no Blogstorm